Pesquisadores da Holanda descobriram um novo tratamento incrível contra a diabetes tipo 2. Mais de 86% dos pacientes do estudo não precisaram mais usar insulina, durante os dois anos em que receberam a terapia inovadora.
Os resultados foram apresentados no United European Gastroenterology Week, em Viena. A técnica é chamada de Recelularização via Terapia de Eletroporação (ReCET).
“Essas descobertas são muito encorajadoras, sugerindo que o ReCET é um procedimento seguro e viável que, quando combinado com semaglutida, pode efetivamente eliminar a necessidade de terapia com insulina”, disse a lider do estudo, professora Celine Busch, do Amsterdam University Medical Center.
Resultados do estudo
A eletroporação utiliza pulsos elétricos que facilitam a entrega de DNA nas células. Assim, o corpo consegue melhorar a própria sensibilidade à insulina.
Após o procedimento, os pacientes seguiram uma dieta com semaglutida, um medicamento que controla o açúcar no sangue.
O estudo incluiu 14 participantes com idades entre 28 e 75 anos. Todos eram diabéticos tipo 2.
Cada um deles passou pelo procedimento ReCET e depois, uma dieta líquida isocalórica de duas semanas.
Os pacientes foram acompanhados em intervalos de 6, 12 e 24 meses. Do total, 86% não precisaram mais fazer a terapia com a insulina e os índices glicêmicos se mantiveram abaixo de 7,5%.
Tolerabilidade e segurança
A dose máxima de semaglutida foi bem aceita pelos diabéticos. 93% não tiveram efeitos colaterais com as doses.
Já na primeira parte do tratamento, o ReCET, nenhum efeito adverso sério foi relatado.
Para a professora, o diferencial do ReCET está em como ele age no corpo.
“Além disso, o tratamento é modificador da doença: ele melhora a sensibilidade do paciente à sua própria insulina (endógena), atacando a causa raiz da doença, ao contrário das terapias medicamentosas disponíveis atualmente, que são, na melhor das hipóteses, controladoras da doença.”
Estudos futuros
Para o futuro, o grupo já traçou metas ambiciosas.
O objetivo agora é conduzir outros testes com mais pacientes para poder validar as descobertas.
“Ao contrário da terapia medicamentosa, que requer adesão diária à medicação, o ReCET é livre de adesão, abordando a questão crítica da adesão contínua do paciente no gerenciamento do DT2”, finalizou a pesquisadora.
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