Muitos devem se lembrar, e outros não, de que há uns 15 anos as campanhas eleitorais no Brasil eram recheadas de brindes que os candidatos e candidatas davam aos eleitores. Além dos conhecidos santinhos e adesivos, boné, camiseta, calendário, chaveiro, abridor de garrafa, copos, baton e até preservativo masculino com adesivo do candidato colado na embalagem eram oferecidos em época de campanha eleitoral, seja em eleições municipais ou gerais (governador, presidente, senador e deputado).
O Fatimanews teve o privilégio em exclusividade entrevistar o professor Wagner Cordeiro Chagas, que relatou detalhadamente o seu projeto.
Wagner disse que na Faculdade de Ciências Humanas (FCH) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), existe o Centro de Documentação Regional (CDR) e lá, entre outros arquivos de documentos, como jornais de vários municípios de Mato Grosso do Sul, cartazes, livros, dissertações de mestrado, teses de doutorado, existem algumas caixas que guardam uma farta documentação sobre eleições no estado, desde a realização da primeira eleição para governador, em 1982. O centro é coordenado pelo professor do curso de História, Dr. Carlos Barros Gonçalves, e conta com o trabalho das bibliotecárias Ivanir Souza e Flávia Muglia.
Como pesquisador da história política de Mato Grosso do Sul, desde 2007, o professor Wagner Cordeiro Chagas, de Fátima do Sul, que fez mestrado em História e escreveu um livro sobre as eleições de 1982 em MS, pesquisou várias vezes nesse arquivo e a partir daí passou a colaborar com a preservação da memória política guardando os materiais que ele consegue a respeito da política local e estadual.
Neste ano de 2020 não está sendo diferente. Desde o início da campanha eleitoral para Prefeitura e Câmara Municipal de Fátima do Sul, o professor vem colecionando os santinhos dos 2 candidatos ao Executivo e dos 72 concorrentes ao Legislativo. Segundo ele “é um trabalho muito legal, pois se parece muito com as antigas coleções de figurinhas que a gente fazia quando criança”. Para ele é um prazer poder contribuir para que no futuro daqui uns 50, 100 anos, quando alguém da região for pesquisar sobre política em Fátima do Sul, ter um material guardado, preservado. A maioria dos santinhos ele colheu de sua caixinha dos Correios e dos candidatos que passaram em sua casa; outros ele foi pessoalmente aos candidatos e candidatas pedir, que entenderam o motivo e ficaram muito felizes ao saber que já estão colaborando com a história do município.
Como historiador, o professor relata que “existem várias versões da História, no entanto, para escrevê-la, o pesquisador precisa consultar as fontes, os arquivos para produzir um trabalho de qualidade e que possa contribuir com a formação crítica dos cidadãos e cidadãs”.
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