Só em 2020, a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul evitou a emissão de 3,1 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Esse gás é o principal vilão do aquecimento global e o planeta empreende esforço conjunto para reduzir as emissões de CO2. A produção de etanol a partir da cana-de-açúcar no Estado somou 2,5 bilhões de litros em 2020, o que corresponde a 3,1 milhões de toneladas de dióxido de carbono a menos na atmosfera.
Os números foram analisados em reunião nesta segunda-feira (1º) entre o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, o presidente da Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul) Roberto Hollanda Filho, e o superintendente de Indústria, Comércio e Serviços da Semagro, Bruno Gouveia.
Das 18 unidades sucroenergéticas que operam no Estado, 16 foram certificadas já no primeiro ano do RenovaBio (Programa Nacional de Biocombustíveis) criado em 2017. Trata-se do maior programa de descarbonização do mundo e tem como estratégia incentivar a expansão da produção e do uso dos combustíveis verdes como forma de reduzir a emissão dos gases causadores do efeito estufa (GEE).
“No Estado de Mato Grosso do Sul temos diversas iniciativas de políticas públicas em que está inserida a questão da sustentabilidade. Esse conjunto de ações integra o Projeto MS Estado Carbono Neutro e o RenovaBio se alinha exatamente a essa iniciativa e também àquilo que se propõe cada entidade dentro do Acordo de Paris. O RenovaBio traz o conceito da sustentabilidade do agro e da indústria, no caso específico do etanol“, analisou Verruck.
CBIO
O volume evitado de CO2 em Mato Grosso do Sul corresponde à absorção feita por mais de 400 milhões de árvores, cerca de 250 mil hectares de floresta que pode ser representada por 330 mil campos de futebol. Na prática, o programa reconhece o valor dos biocombustíveis como promotores de sustentabilidade ambiental, monetiza esse valor através dos Crédito de Descarbonização, o CBIO, e faz com que distribuidoras de combustíveis fósseis compensem o índice de poluição dos seus produtos por meio da aquisição obrigatória desses créditos.
“O CBIO é um instrumento que reflete precisamente quanto cada litro de biocombustível evita de emissão em comparação ao seu equivalente fóssil”, explica Hollanda.
A demanda de CBIOs é predeterminada pelo governo, que estabelece a quantidade total que as distribuidoras de combustível terão que comprar a cada ano. Ela deve ultrapassar 80 milhões de CBIOs em 2030 e tenta refletir metas de redução de emissões de CO2 até lá.
Para que possam emitir CBIOs, as usinas que aderem voluntariamente ao RenovaBio passam por um processo de auditoria monitorado pelo Governo Federal e recebem uma nota de eficiência energético-ambiental. Quanto mais sustentável for o processo de produção de cada unidade, maior será a nota e a emissão de CBIOs.
As associadas da Biosul, segundo Hollanda, foram muito bem ranqueadas pelas notas de eficiência energético-ambiental e estão empenhadas em melhorar ainda mais com a relevância que RenovaBio já tem para o Brasil e para o mundo comprovando as externalidades positivas do etanol, seja em ganhos ambientais, econômicos e sociais. Os objetivos do programa, explica Hollanda, vão além da mitigação dos gases causadores do efeito estufa (GEE).
“Com essa política pública para a expansão da produção de biocombustíveis para os próximos anos, sem dúvidas o RenovaBio também será um estímulo para gerar ainda mais empregos nas usinas de MS”, enfatiza o presidente da Biosul.
Metas
Até 2030, o programa estima gerar 1,4 milhões de novos empregos no País. CBIOs Em todo o país as operações dos Créditos de Descarbonização (CBIOs) no mercado financeiro somaram pouco mais de R$ 650 bilhões em 2020. A meta estabelecida pelo programa previa a aquisição de 14.898.230 CBIOs no período, contudo, 98% dessa quantidade foi adquirida pelas distribuidoras de combustíveis fósseis até 31 de dezembro. As usinas certificadas ofertaram 18.508.636 de CBIOs, 3.120.294 desses créditos provenientes das unidades produtoras de etanol em Mato Grosso do Sul, que corresponde a 16% da oferta nacional.
Para Hollanda, “o programa vem como um estímulo para que as unidades invistam cada vez mais na eficiência dos seus processos produtivos”, completa. Para 2021, a meta estabelecida para o programa é de 24,86 milhões de CBIOs a serem adquiridos pelas distribuidoras, que é parte obrigatória, ou por terceiros. Segundo o Ministério de Minas e Energia, 5,7 milhões de créditos já foram ofertados pelas produtoras de biocombustíveis certificadas.
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