Neste ano de 2024, a regulamentação da profissão de biólogo no Brasil completa 45 anos, marcando quase meio século de avanços e desafios enfrentados por esses profissionais que atuam em diversas áreas da ciência.
Para celebrar essa carreira, o Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01), que abrange São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, organizou um evento especial nos dias 26 e 27 de setembro, em Campo Grande.
Hoje pela manhã, durante a sessão ordinária na Assembleia Legislativa serão entregues diplomas de honra ao mérito a biólogos e profissionais de outras áreas que contribuíram significativamente para a Biologia.
Entre os homenageados estavam nomes como coronel Ângelo Paccelli Cipriano Rabelo, Arnildo Pott, Artur Henrique Leite Falcette e Sueli de Oliveira Bonafé Santos, funcionária mais antiga do CRBio-01, com mais de 30 anos de serviços prestados.
Amanhã será realizado um simpósio no Bioparque Pantanal, com o tema “A importância da atuação do biólogo nesses 45 anos de regulamentação da profissão”. O evento, de entrada gratuita, reúne profissionais, pesquisadores e estudantes para debater os avanços e desafios da profissão.
A programação conta com palestras de biólogos renomados, como Paulo Lee, do Instituto Butantan, Cristina Miyaki, da USP, e Willian Menq, especialista em aves.
O simpósio também homenageará biólogos que se destacaram ao longo de suas carreiras, entre eles Edson Kubo, José Sabino, e o próprio governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que é biólogo de formação e especialista em genética.
Com mais de 74 mil biólogos registrados no Brasil e uma atuação que se expande por diferentes áreas, a profissão é considerada essencial para o desenvolvimento da ciência e a proteção ambiental no país.
Para participar do simpósio e conferir a programação completa, as inscrições estão abertas e podem ser realizadas por meio do link: Simpósio 45 anos da profissão de biólogo.
Folder de divulgação do evento (Foto: Ilustração)
História - O biólogo Edson Kubo, referência na profissão, relembra a longa trajetória que culminou na regulamentação da profissão. O exercício da Biologia no Brasil remonta a 1808, com a criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Naquela época, os profissionais eram conhecidos como naturalistas, especialistas em várias áreas das ciências naturais.
Dez anos depois, em 1818, a criação do Museu Nacional solidificou o desenvolvimento científico no Brasil. No entanto, foi apenas em 1934, com a fundação do primeiro curso de Ciências Biológicas na Universidade de São Paulo (USP), que a formação específica de biólogos começou a ganhar forma. O curso, inicialmente chamado de História Natural, se dividia entre as áreas de Biologia e Geologia, que só se separaram em 1963, dando origem aos cursos distintos de Ciências Biológicas e Geologia.
Apesar da consolidação dos cursos de Biologia, a falta de regulamentação impedia o pleno reconhecimento profissional, o que gerava dificuldades para os biólogos no mercado de trabalho. Muitos atuavam em funções ligadas à saúde e engenharia, mas enfrentavam problemas por não possuírem respaldo legal para exercer essas atividades.
A luta pela regulamentação intensificou-se na década de 1970, quando biólogos em diversos estados do país foram multados por conselhos de outras áreas profissionais, como o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura). Em 1970, a mobilização de estudantes e professores de Ciências Biológicas culminou no envio de um projeto de lei ao Ministério do Trabalho, mas foi apenas em 1979 que a Lei 6.684 foi aprovada, regulamentando oficialmente a profissão de Biólogo.
A criação do CFBio (Conselho Federal de Biologia) e dos Conselhos Regionais de Biologia veio anos depois, garantindo o reconhecimento e a fiscalização do exercício profissional. Hoje, são 10 Conselhos Regionais que atuam para proteger a profissão, impedindo que pessoas não habilitadas exerçam atividades regulamentadas e promovendo a ética e a qualidade dos serviços oferecidos pelos biólogos. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
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