A ação coordenada do Governo de Mato Grosso do Sul por ar, terra e rio para combater os incêndios florestais no Pantanal tem uso de tecnologia, trabalho integrado e muita dedicação. Este esforço, em especial a dos bombeiros que lidam diretamente com o fogo em larga extensão, é reconhecido com agradecimentos e elogios dos pantaneiros. Por esta razão, eles fazem questão de apoiar e cooperar no que for possível com os combatentes.
"Sem os bombeiros aqui seria derrota na certa. O trabalho deles é essencial e fundamental. Teríamos grandes problemas se não viessem nos ajudar. Esta equipe, por exemplo, está aqui pela terceira vez", afirma o produtor rural Jair Serra. Ele é nascido e crescido na região do Paiaguás, onde ocorrem incêndios florestais há três semanas.
Reconhecendo o esforço da equipe de campo, o pantaneiro faz sua parte cedendo dois tratores para ajudar no trabalho e dando todo o apoio necessário aos profissionais. "Eles sempre vêm nos atender, mandei fotos e videos pelo celular, ontem e hoje, e estão aqui desde cedo combatendo os focos. A região é de difícil acesso e só trabalha quem conhece. Minha família está aqui desde 1943, e só tenho que agradecer aos bombeiros, que não medem esforços".
Antônio Donizete de Matos, pantaneiro da região, destacou que sempre quando vê a chegada dos bombeiros fica mais tranquilo. "Os bombeiros são uns anjos que ficam cuidando do Pantanal, da cidade. Onde tem bombeiros ficamos mais tranquilos, porque temos a proteção deles".
Matos também ajudou no trabalho das equipes e disse que na área mais difícil os bombeiros conseguiram combater o fogo. "Quando vem o fogo, vem aquele desespero, principalmente quando venta e joga para mais longe. Vim fazer o que podia para ajudar. O Pantanal tem estas dificuldades, mas quem mora aqui não abandona, porque é nossa vida".
Tecnologia e coordenação
O trabalho do Governo de Mato Grosso do Sul tem uma ação coordenada no Pantanal, com uso de tecnologia para identificar os focos de incêndio e tornar o combate mais rápido e eficiente. Se o Corpo de Bombeiros está na linha de frente, existe um aparato de retaguarda.
Todas as ações são coordenadas pela SCI (Sistema de Comando de Incidentes), que organiza e passa as orientações para atuação no campo e pelas aeronaves. Além de imagens de satélite, drones são usados para identificar os focos de incêndios.
Em atuação neste domingo (23) na região dos Paiaguás e Maracangalha, o tenente do Corpo de Bombeiros, Vinícius Castro, destacou os trabalhos integrados. "Esta coordenação das equipes de solo e com aeronaves é muito importante, pois muitas vezes o piloto não consegue definir onde deve atuar ou fazer o alijamento da água", explica.
Castro também destacou que o trabalho conjunto facilita para voltar a lugares que precisam fazer o rescaldo e o combate do fogo novamente. Ele conta que neste domingo a equipe saiu logo cedo do quartel, às 6h, atravessou o rio de balsa e seguiu o deslocamento até a região de Maracangalha. "Fomos atrás de possíveis focos que continuam devido ao calor e vento. Quando encontramos, já passamos as coordenadas para as aeronaves".
O soldado Silvio Andrade Xavier de Brito é um dos que trabalham em solo contra as chamas e explica a ajuda dos drones na atuação de combate. "O maior objetivo deles é identificar os focos e assim nos ajudar para uma atuação mais rápida e eficiente".
Várias frentes
O Corpo de Bombeiros divulgou boletim apontando as várias frentes de trabalho no Pantanal neste final de semana. Equipes estão na região do Abobral, próximo a Estrada Parque, onde permanece há uma semana o trabalho para conter chamas.
Já em Porto Murtinho continuam os combates nas margens do rio Paraguai. O esforço é conjunto com fazendeiros da região. Em Corumbá, onde se concentram a maioria das chamas, seguem os combates e também o trabalho de monitoramento e prevenção. Equipes estão na região do Forte Coimbra e próximos às BR 262, na ponte que atravessa o rio Paraguai.
No sábado (22) foram utilizados duas aeronaves Air Tractor e dois helicópteros, além de caminhões de combate a incêndio e dezenas de camionetes equipadas com kit pick-up, mochilas costais, sopradores e equipamentos de proteção individual.
Fora do Pantanal, o Corpo de Bombeiros segue monitorando outras regiões, como é o caso do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema. Lá, foi detectado um foco na ilha que fica entre o rio Paraná e o rio Ivinhema. A ação no local já está sendo feita.
Leonardo Rocha e Natalia Yahn
Fotos: Bruno Rezende
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