O juiz de direito Ricardo da Mata Reis indeferiu os pedidos de revogação de prisão dos quatro membros de uma quadrilha de estelionatários que matou com tortura o médico Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos.
O crime foi descoberto no dia 3 de agosto do ano passado em Dourados, cidade a 225 km de Campo Grande. Gabriel estava desaparecido desde o dia 27 de julho.
Ainda consta no processo que foi marcada a audiência de instrução e julgamento para o dia 22 de agosto de 2024, às 14h. Parte dos depoimentos serão colhidos mediante videoconferência com a PED (Penitenciária Estadual de Dourados), Estabelecimento Penal Feminino de Rio Brilhante e comarca de Campo Grande.
Os réus são Bruna Natalia de Paiva, Guilherme Augusto Santana Coelho, Gustavo Kenedi Teixeira e Keven Rangel Barbosa. O grupo está preso desde o dia 7 de agosto de 2023.
Segundo o midiamax, Bruna é acusada pelo homicídio qualificado com emprego de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, para assegurar a ocultação de outro crime, crime de tortura e furto qualificado.
Guilherme, Keven e Gustavo respondem pelo homicídio mediante paga ou promessa de recompensa, qualificado com o emprego de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, tortura, furto qualificado e concurso de pessoa.
As defesas de ambas as partes chegaram a pedir a revogação da prisão preventiva, duas delas, com a justificativa de excesso de prazo cautelar, porém todas foram indeferidas.
“Ao contrário do alegado pela Defesa, não se trata de prisão fundamentada na repercussão do crime na sociedade, mas sim na evidente necessidade de garantir a ordem pública, ante os indícios do emprego de tortura na prática delitiva – máquina de choque, agressões físicas e asfixia, que, supostamente, se deram para acobertar a prática de crimes de estelionato”, afirma o juiz.
Crime de estelionato
O médico estava envolvido em um esquema de estelionato, mas teria ameaçado entregar a quadrilha após dívida de R$ 500 mil não ser paga.
Gabriel teria feito favores para Bruna, que havia prometido R$ 500 mil para o médico, mas como o dinheiro não foi pago, o médico passou a fazer ameaças a Bruna, dizendo que iria entregar todo o esquema à polícia. Por isso, ela teria resolvido matar Gabriel.
O médico tinha como função na quadrilha emprestar dados falsos para que os crimes fossem cometidos. Ele era quem ia até a Caixa Econômica Federal para fazer os saques com documentos falsificados, que eram usados de pessoas mortas. O dinheiro era dividido entre os membros da quadrilha, que tinha como cabeça Bruna Nathalia de Paiva.
Após a sua morte, o médico teve contas criadas em seu nome pela quadrilha, que continuou a aplicar golpes de estelionato, pedindo dinheiro em seu nome. A quadrilha também usava cartões clonados.
Gabriel conheceu Bruna quando era estudante de medicina. Os dois teriam se conhecido pelas redes sociais, festas e a mulher teria cooptado o médico para fazer parte da quadrilha.
Segundo a polícia, a vítima não usava a sua condição profissional para fazer os esquemas de estelionato.
Assassinato e prisão
Uma ‘casinha' – gíria policial para emboscada – teria sido armada para o médico que após voltar para Dourados foi até a casa, próximo à Praça Paraguaia e lá foi assassinado estrangulado e espancado. Havia nas paredes do quarto onde estava o corpo respingos de sangue. Gabriel teve as mãos e os pés amarrados por fios de televisão e carregadores de celulares.
O médico estaria morto há pelo menos quatro dias. O corpo foi descoberto depois que vizinhos sentiram um mau cheiro e moscas pelo local.
Os criminosos foram detidos em Minas Gerais por uma força-tarefa.
Para conseguir prender os envolvidos no crime, que são de Belo Horizonte, foi montada uma força-tarefa de 16 policiais de MS, incluindo agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) – Delegacia de Dourados. A operação também contou com o apoio de 12 homens da Polícia Civil de Minas Gerais.
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