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Com violência todo dia, moradores pedem socorro e se dizem reféns de vizinho que aterroriza Manaíra

Entre os relatos, homem já teria disparado contra vizinhos, atirado pedras, danificado casas e, nesta semana, tentado esfaquear uma mãe com os filhos

18 Dez 2024 - 08h33Por Felipe Dias

Moradores do bairro Manaíra, na região sul de Campo Grande, vivem há meses com medo e reféns de um vizinho, de 38 anos, que há muito tempo aterroriza e tira o sossego da vizinhança. Segundo eles, o homem é agressivo e já atacou diversas pessoas no bairro com pedras, faca e até com disparos de revólver.

De acordo com os vizinhos, diariamente o homem profere ameaças e perturba o sossego alheio das demais pessoas, atirando pedras no telhado e quebrando vidros de janelas. Os moradores contam que já registraram diversos boletins de ocorrência, mas nada é feito, pois, o rapaz seria esquizofrênico.

Algumas das atitudes violentas do rapaz chegaram a ser noticiadas pelo TopMídiaNews. Em junho deste ano, ele foi preso após disparar várias vezes com um revólver calibre .38 contra um dos vizinhos. Na ocasião, um dos tiros quase atingiu um trabalhador de uma serralheria próxima.

Durante a ação, ele tentou negar a posse da arma, mas a polícia encontrou o revólver escondido sob a cama do rapaz e ele foi preso. No entanto, dias depois dos tiros, ele já estava solto e foi visto andando pelas ruas do bairro sem capacete e acelerando em alta velocidade.  

Segundo moradores, o homem frequentemente perturba a paz na vizinhança, quebrando telhados, pichando muros, discutindo e até batendo propositalmente com portas de casas usando a motocicleta.  

Em um caso mais recente, na manhã desta segunda-feira (16), ele teria avançado armado com uma faca sobre uma mãe acompanhada dos filhos pequenos. Ele só não as atacou, pois a vítima teria gritado e sido socorrida por populares.

De acordo com o relato da mulher, de 42 anos, ela e os filhos estavam a caminho do posto de saúde quando encontraram com o homem na esquina da Avenida Guaicurus. Ao vê-los, o rapaz teria começado uma série de xingamentos.

Em seguida, armado com uma faca, ele teria ido para cima da mulher e das crianças. Imediatamente, ela correu do rapaz e começou a gritar por socorro, sendo acudida por populares.

"Eu comecei a gritar, pedir socorro. Aí apareceu um monte de gente e ele saiu correndo. Todo mundo começou a correr atrás dele e deram uma surra. Meu irmão e mais outro policial conseguiram pegar ele correndo já no bairro Nogueira", contou.

A vítima, que registrou um boletim de ocorrência, destacou o sentimento de impotência e injustiça. "Não podemos nem sair de casa mais que passamos por isso enquanto ele está solto. Ficamos sabendo que pode dar um problema para quem agrediu ele quando foi detido, agora só queria saber se ele tivesse esfaqueado eu e meus filhos, como seria? Não ia dar nada para ele", desabafou a vítima.  

O pai do suspeito, um idoso de 75 anos, afirma que o filho sofre de esquizofrenia, mas a vizinhança discorda da justificativa, apontando que os episódios de violência são recorrentes e intencionais. 

Uma moradora, Luciene Lima, conta que o sentimento é de revolta entre todos. Eles pedem socorro, pois temem que, caso as situações continuem, algo ainda mais grave aconteça.

Ela afirma que além dos incômodos e agressões sofridas por parte do vizinho, frequentemente ele aciona a polícia com denúncias falsas contra ela e os vizinhos.

"É muito revoltante, pois nunca fizemos nada contra esse cara e ele faz isso. Ele chama polícia pra nós quase todos os dias. A polícia chega a vir três vezes ao dia algumas vezes. Até os próprios policiais estão indignados, revoltados com tudo isso", desabafa.

Devido ao incômodo diário, ela conta que uma das filhas, de 11 anos, desenvolveu depressão. Ela faz uso de medicamentos fortes para conseguir dormir. "Minha filha é a que mais sofre. Ela está há três meses afastada da escola devido à depressão. Ela está tendo aula em casa".

Neste último ataque, após ser contido por populares, o suspeito foi levado pela Polícia Militar à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) - Cepol, no entanto, no mesmo dia, foi solto.

A SAS (Secretaria de Assistência Social) de Campo Grande foi procurada e questionada a respeito do morador, porém não respondeu até a divulgação desta matéria.

 

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