O pedreiro Ângelo da Guarda Borges, 69 anos, morreu esta semana, de infarto, no Hospital Regional de Campo Grande. O nome dele ficou nacionalmente conhecido em dezembro de 2013, quando veio à tona o crime que cometeu contra a mulher, Cira Igino da Silva, mantida em cárcere e vítima de inúmeras agressões por 22 anos.
A morte foi confirmada pelo filho do casal, Zaqueu Borges, 25 anos, que esta manhã (1º) ainda está lidando com a burocracia para liberação do corpo, que está no Hospital Regional. Segundo ele, o pai morreu na última quarta-feira (30).
Zaqueu mantinha pouco contato com o pai. “Ele lá, eu cá”, resumiu. A última vez que o encontrou foi em meados de agosto. Ângelo morava sozinho no Aero Rancho, na mesma casa onde manteve a mulher e os filhos em condições de cárcere.
As barbáries vieram à tona em 18 de dezembro de 2013, após a denúncia feita por uma agente de saúde que visitou a casa e descobriu a situação desumana. O crime causou comoção nacional e Cira chegou a tomar café com Ana Maria Braga, no programa gravado no Rio de Janeiro, onde conheceu a praia. Ela usufruiu da liberdade até abril de 2015, quando morreu por complicações de câncer.
Em junho de 2014, o pedreiro foi condenado por crimes de lesão corporal, constrangimento ilegal e ameaça, em processo que tramitou na 2ª Vara de Violência Doméstica de Campo Grande. O pedreiro foi preso logo que os crimes foram descobertos, em dezembro de 2013. No dia 19 de fevereiro de 2015 saiu em liberdade condicional.
Porém, no mesmo ano, o pedreiro foi condenado pela 7ª Vara Criminal nos delitos de maus tratos e de constrangimento ilegal em relação a seus quatro filhos. Foi preso no dia 6 de outubro de 2016, e colocado em liberdade em maio de 2017.
Em setembro de 2017, a Justiça determinou que ele pagasse indenização de R$ 100 mil à ex-mulher. Como ela morreu em abril de 2015, os valores deveriam ser pagos aos quatro filhos. Zaqueu disse que eles não receberam nada, pois Ângelo alegou que não tinha condições. A casa no Aero Rancho, onde a família viveu em cárcere por anos, ficou de herança para os irmãos.
História - Juntos desde 1991 e sofrendo violência praticamente desde o início do relacionamento, Cira era agredida física e emocionalmente.
A família era proibida de buscar qualquer atendimento médico, de manter contato com vizinhos e familiares, de forma que os menores sequer conheciam seus avós maternos. A situação de violência e subjugo era tamanha que se chegou a denominar o quadro como “síndrome da mulher espancada”, em que a violência é seguida de problemas emocionais, como distúrbios mentais e sintomas clínicos como gastrites, úlceras e dores musculares.
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