Para reforçar as ações de combate a incêndio florestal em Mato Grosso do Sul, com foco no Pantanal, o Governo do Estado inaugurou hoje (22) a obra do quartel do Corpo de Bombeiros Militar, em Miranda. Com investimento de mais de R$ 3,2 milhões em viaturas, a estrutura reforça a atuação na proteção ambiental e ainda nos demais atendimentos realizados – resgate, busca, salvamento, entre outros.
O governador Eduardo Riedel falou sobre a importância do quartel, que garante atendimento para o município e também contribui para as ações de combate a incêndios florestais no Pantanal.
“O Corpo de Bombeiros é uma instituição que precisa estar pronta na hora que a sociedade precisar. As viaturas que vão ficar à disposição em Miranda, são para resgate e também combate e a incêndios florestais em locais de difícil acesso. Então são veículos que fazem toda a diferença para a região”.
A partir de agora, Miranda, assim como acontece nas unidades do Corpo de Bombeiros em Corumbá, Aquidauana e Coxim, contará com uma guarnição preparada para o atendimento imediato a ocorrências de incêndio florestal e outras frentes de atuação.
O quartel foi construído em terreno doado pela Prefeitura Municipal e com recursos do município, de aproximadamente R$ 739,4 mil, além de receber emendas parlamentares.
Para o atendimento de diversos tipos de ocorrência, junto com a inauguração da unidade operacional, o Governo do Estado entregou três viaturas de resgate (destinado ao atendimento pré-hospitalar de vítimas de acidentes), auto bomba tanque florestal (viatura de combate a incêndios florestais, tanque com capacidade para 5 mil litros de água) e auto bomba salvamento e resgate (de vítimas, transporte de militares e materiais para operações de busca e salvamento, além de possuir tanque com capacidade para 2 mil litros de água, voltado ao combate a incêndio) para segurança da população do município e entorno.
O quartel terá efetivo com 28 bombeiros militares que vão atuar em casos de urgência e emergência em Miranda, que ainda não contava com o serviço do Corpo de Bombeiros.
O comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Frederico Reis Pouso Salas, afirmou que a unidade da corporação em Miranda vai contribuir em diversas frentes, com atenção voltada as ações de resposta aos incêndios florestais no Pantanal.
“Com a criação do quartel, vai haver socorro permanente no município. Estamos com atenção especial para a temporada de incêndios florestais e por isso vai ser servir para melhor logística de atendimento do Pantanal sul, e Parque Estadual do Rio Negro. Esta é mais uma ação de suma importância na proteção do meio ambiente”, disse o coronel Frederico.
“Estamos com um sonho realizado, após 246 anos que é a idade de Miranda, conseguimos o quartel do Corpo de Bombeiros”, disse o prefeito Fábio Florença.
Período de incêndios
A inauguração do quartel do Corpo de Bombeiros em Miranda faz parte de uma série de ações do Governo do Estado, em preparação a temporada de incêndios florestais no Pantanal, que comumente ocorre entre os meses de julho e outubro. Porém desde o ano passado, o fogo se comportou de maneira atípica, com grandes incêndios registrados em novembro, sem interrupção de ocorrências nos meses de dezembro e janeiro – normalmente mais chuvosos.
Ocorre que devido a influência direta do fenômeno El Niño, a situação climática extrema e atípica em Mato Grosso do Sul pode contribuir para a ocorrência de incêndios florestais no Pantanal e nos outros biomas do Estado – Cerrado e Mata Atlântica – de maneira mais intensa e fora de época. Somente no início deste ano, o Corpo de Bombeiros já atuou em dois grandes incêndios florestais no Pantanal, um deles na Serra do Amolar, cujo combate durou quase duas semanas.
Fotos: Natalia Yahn
As chuvas estão abaixo da média em todo o Estado desde dezembro de 2023, e a previsão é de que o déficit de precipitação persista e provoque danos ambientais, com ampliação de área seca e intensificação de casos de incêndios florestais.
“Em dezembro, de 2023, tivemos chuvas abaixo da média história em 39 municípios analisados. Já em janeiro deste ano, a situação não foi diferente, em 41 municípios houve déficit de precipitação. Sem acúmulo de água no solo, os rios estão com níveis mais baixos, é reflexo da falta de chuva”, disse o meteorologista Vinícius Sperling, do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul).
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