Nesta sexta-feira, comemora-se mais um Dia Internacional da Mulher. A data foi consolidada pela primeira vez em 1911, após um histórico incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company, em Nova York. Contudo, somente em 1975 a ONU (Organização das Nações Unidas) oficializou as comemorações e, atualmente, são mais de 100 países que comemoram o 8 de março.
Na época, a luta era para lembrar os embates por justiça salarial. Hoje, esse dia histórico ampliou seu significado e também levanta discussões com temáticas como machismo, violência, feminicídio, discriminação e desigualdade de gênero na busca de uma sociedade cada dia mais igualitária.
Em se tratando de Controle Interno, as ações caminham para que as mulheres que trabalham nessa área tenham, cada vez mais, voz e vez nas atividades que envolvem a evolução, relevância, abrangência e a diversidade conectadas a tudo que abrange o segmento.
Na CGE-MS (Controladoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul) a busca pelo equilíbrio de igualdade de gênero é constante. Não por acaso, de um corpo técnico totalizando 98 servidores públicos que atuam na instituição, 49 são mulheres, ou 50%.
Outro dado interessante é que, dos 30 cargos de chefia, 53,33% são ocupados por mulheres - o que demonstra uma gestão aberta e de valorização tendo como direcionamento aspectos técnicos.
Auditoras do Estado de carreira, estas profissionais capacitadas junto às equipes que coordenam, trabalham em prol do desenvolvimento de ações e na direção de atender as metas organizacionais de forma consistente, além de garantir a eficiência operacional na elaboração dos serviços para que estejam em conformidade com as leis, os regulamentos e as políticas vigentes.
Há 22 anos como auditora, uma das primeiras servidoras da carreira, Cínthia Regina Miranda Ratier Carli, atualmente chefe da Unidade Seccional de Controle Interno da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), afirma que ao entrar na instituição percebeu que necessitava de algumas habilidades, além das exigidas no concurso.
“Acredito que nós como mulheres somos muito responsáveis e comprometidas. Essas características, penso que contribuem bastante para o atual cenário que a instituição vive. Eu, particularmente, tenho muita dedicação com meu trabalho e com meu Estado. Estou sempre em aprimoramento, em busca dos melhores resultados. Este equilíbrio de gênero enriquece as nossas conquistas e confirma que podemos ser o que quisermos”, declara Cíntia.
Na outra ponta, a mais recente auditora concursada, Kamila Morandim Maidana, destaca a organização da instituição. “Estou há seis meses na carreira e percebo uma CGE equilibrada, organizada. O fato de entrar na pasta por concurso público, mostra e confirma que, nós mulheres, temos capacidade tanto quanto os homens. Até o momento, vejo que a questão técnica se sobrepõe à questão de gênero, o que é difícil encontrar em outros locais. Mas é bom lembrar que estamos em um processo de conquista, de mudança cultural em todo o mundo”, ressalta Kamila.
Marina Hiraoka Gaidarji, auditora e atual controladora-adjunta da pasta, afirma que trabalhar em um ambiente igualitário é um privilégio. “É estranho falar em desigualdade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho, quando o desempenho das atribuições depende da competência e não do sexo do servidor. Não sou alheia a tantos preconceitos, diferenças e rótulos que existem, pois sei que nem sempre são declarados, mas podem ser observados na postura de alguns. Aqui trabalhamos e oportunizamos de acordo com a capacidade de cada um, o que pode ser percebido pelo número de mulheres em função de comando na CGE, o que entendo ser, apenas a busca pela qualidade no serviço público”, finaliza a controladora-adjunta.
Conaci
Apoiando a causa de gênero, o Conaci (Conselho Nacional de Controle Interno), em 2022, lançou a plataforma “Mulheres no Controle”. A rede visa promover e incentivar a participação feminina em ações institucionais, como palestras e cargos de liderança, dos órgãos centrais de Controle Interno e do Conaci.
A landing page é para cadastros somente de mulheres que atuam em diversas áreas do Controle, como auditoria, combate e prevenção à corrupção, integridade, gestão de riscos, transparência, correição e ouvidoria.
O objetivo é promover mais visibilidade a essas mulheres, por meio da publicação de artigos, de currículos, conteúdos audiovisuais e muito mais. Assim, a rede apresenta para as organizações mulheres capazes e eficientes para participar ativamente de ações para administração pública e privada.
Já no ano passado, as ações resultaram na publicação da obra “Mulheres no controle: tópicos de Controle Interno sob o olhar das mulheres”. Com a participação de mais de 25 autoras, o livro traz a contribuição para o avanço contínuo da equidade de gênero.
Conforme a sinopse da obra: “... Sob a perspectiva das mulheres que assinam os capítulos, são apresentados ao leitor conteúdos que simbolizam toda a evolução, relevância, abrangência e diversidade que a temática Controle Interno vem adquirindo, ao longo do tempo, nos domínios público e privado… com destaque para diagnósticos e iniciativas que incentivem, cada vez mais, a participação feminina no macrossistema de Controle Interno, em especial nas posições de comando e liderança”, revela.
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