Professores e funcionários de escolas particulares de Mato Grosso do Sul temem a terceirização da educação. Eles são contra o Projeto de Lei nº 4330/04, do deputado federal Sandro Mabel (PMDB) que permitiria a demissão dos empregados nas escolas, que, por sua vez, poderiam contratar empresas terceirizadas que ficariam responsáveis pelos funcionários, tirando a responsabilidade trabalhista das escolas. “Isso seria o caos principalmente para os alunos, já que a qualidade do ensino cairia drasticamente em todo o Brasil”, alertou Eduardo Botelho, presidente do Sintrae/MS (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no Mato Grosso do Sul).
“Os alunos passariam a não mais conhecer seus professores e perderiam esse importante vínculo para seu processo de aprendizagem”, afirmou Eduardo Botelho, prevendo que num ano escolar, por exemplo, os alunos poderiam ter diversos professores de uma mesma disciplina.
Além desse sério problema à qualidade do ensino, outro agravante da terceirização na educação seria o baixo salário dos professores. Afinal, as empresas terceirizadoras teriam que sobreviver e, obviamente, não seria às custas da direção da escola, mas dos salários que seriam pagos aos professores e funcionários terceirizados.
“Não temos dúvida alguma de que se esse projeto passar no Congresso Nacional, será o caos para a educação em todo o Brasil”, afirma o recém empossado presidente do Sintrae/MS. Ele citou exemplo do ensino à distância cujos números hoje expostos, demonstram que esse sistema deixa a desejar. Os índices de aprendizado são baixos, inclusive em Mato Grosso do Sul. E isso, segundo Botelho, devido à falta de relação pessoal entre a figura do professor e aluno.
O coordenador da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB em Mato Grosso do Sul, professor Ricardo Martinez Froes, diretor do Sintrae/MS, disse que as centrais sindicais estão fazendo grande pressão em Brasília para que esse “famigerado” projeto do deputado Sandro Mabel não seja aprovado. “Seria, de fato, o caos para a maioria dos trabalhadores brasileiros que além de perderem o vínculo empregatício com as empresas onde trabalham, teriam ainda que sustentar as empresas criadas para subcontratá-los. Vamos continuar a pressão para que nossos deputados e senadores nos ouçam e não aprovem esse projeto, pois seria um retrocesso trabalhista”, argumentou.
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