O projeto foi criado a partir de uma proibição imposta aos agricultores familiares de comercializar a produção em uma feira tradicional do município. O motivo foi a falta de regularização dos produtos junto à Vigilância Sanitária. Entre as mercadorias que tiveram a comercialização proibida estão o frango caipira, queijos, leite, ovos, suínos e carneiros.
De acordo Denise Rodrigues, técnica da Agraer de Bonito, a ação trouxe diversos problemas aos agricultores familiares, que deixaram de obter renda por não poder comercializar os produtos. ”Sabemos da importância desta ação da Vigilância Sanitária. Sabemos também da dificuldade que os pequenos produtores encontram para cumprir as exigências das leis sanitárias em suas propriedades. Por isso resolvemos implantar este projeto”, explica. A técnica informa ainda que a produção de frango caipira é a atividade mais desenvolvida nos assentamentos e pequenas propriedades locais.
A ESALQ, parceira no trabalho, doou à Agraer 600 pintinhos, que foram repassados às famílias do Assentamento Santa Lúcia. Elas demonstraram interesse na produção de frango caipira nos moldes propostos pelas leis sanitárias e já tinham nas propriedades a estrutura mínima para o desenvolvimento das atividades. A assistência técnica foi prestada pela Agraer, que orientou os agricultores quanto aos cuidados com o controle de vacinação e alimentação dos animais.
“Para a alimentação dos pintinhos foram utilizados restos de hortaliças e cascas de mandioca. Dessa forma, reduzimos os custos para os agricultores, sem prejudicar a qualidade dos animais”, reforça a técnica. O projeto trabalhou com o sistema de criação semi-extensivo, onde os animais são criados em um local cercado com telas e dividido em piquetes. “Esta é a forma correta de criação dos pintinhos e não soltos nos terrenos, como é feito normalmente”, comenta Denise.
Os agricultores receberam ainda orientação quanto à venda dos machos e à multiplicação dos animais através da manutenção das fêmeas. "Conseguimos excelentes resultados na primeira fase do projeto. Os agricultores aprovaram a raça dos animais cedidos pela ESALQ, devido à rapidez de crescimento e à boa textura da carne. Agora vamos trabalhar na multiplicação destes animais para que outras famílias também possam participar do projeto", diz a técnica.
Ela explica também que além do problema com as condições de produção, os agricultores enfrentam dificuldades com o abate dos animais, por não possuírem condições de instalar abatedouros em suas propriedades. “Esperamos que com o desenvolvimento deste trabalho o município se transforme em um pólo na produção de frango caipira, dando aos agricultores locais condições de buscar parcerias para a instalação de um abatedouro de frango voltado para a agricultura familiar”, conclui.
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