O Índice de Preços de Alimentos da FAO chegou, no mês passado, a marca de 230,7 pontos. O número supera, inclusive, a pontuação registrada em junho de 2008, 213,6 pontos. Naquele ano, o mundo enfrentava a chamada crise alimentar - foi registrada uma alta média de 57% nos preços dos alimentos entre 2007 e 2008. Em dezembro de 2010, a cotação foi de 223,1 pontos.
O indicador é um termômetro da variação mensal dos preços internacionais de uma cesta de commodities agrícolas. Ele é acompanhado de perto por analistas e investidores. O índice da FAO mede as mudanças mensais de preços para uma cesta de alimentos composta por cereais, oleaginosas (castanhas, avelãs, amêndoas), laticínios, carne e açúcar.
A expressiva valorização das commodities – produtos primários de origem vegetal ou mineral, cujos preços são cotados no mercado internacional – e seus efeitos inflacionários é uma das preocupações na economia mundial em 2011. O problema é tão sério que afeta não apenas os pujantes países emergentes. Mesmo a zona do euro, com baixa taxa de crescimento anual (1,7%) e desemprego nas alturas (10%), teve de conviver com inflação de 1,6%. Não a toa, a França está em campanha no G20 – grupo das maiores economias desenvolvidas e emergentes do mundo – para emplacar novas regras para este mercado.
Pouco depois da divulgação do relatório da ONU, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou que que o G 20 precisa agir para conter a alta das commodities. Segundo ele, há uma "ampla tendência de aumento dos preços". Zoellock explicou que há uma demanda de consumo maior por açúcar e carnes nas economias emergentes em rápido crescimento. "2008 deve ter sido um alerta, mas ainda não estou certo de que todos os países do mundo despertaram para isso", advertiu.
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