O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, indicou nesta segunda-feira que a estatal estaria disposta a receber em gás o pagamento pelas refinarias vendidas ao governo boliviano.
"Se a Bolívia propuser pagar em gás, vamos ter que analisar as condições de pagamento porque gás para nós é dinheiro. Agora, preferimos claramente receber em dinheiro", disse Gabrielli, num seminário sobre gás em São Paulo.
Ele ressaltou que se o pagamento for feito em gás, o valor terá de ser o de mercado.
A Bolívia anunciou este mês que comprará as duas refinarias da Petrobras naquele país por US$ 112 milhões, dentro do plano de nacionalização do governo de Evo Morales.
Em sua apresentação, Gabrielli afirmou que serão necessários de 25 a 30 anos para que ocorra uma integração energética na América do Sul, e citou que na Europa, a montagem de uma rede energética levou cerca de 50 anos.
"Cada país tem que definir regras. Não é fácil, mas é possível. O parlamento precisa aprovar lei", salientando que não adianta resolver a questão com o Exército, por exemplo, como fez a Bolívia.
"O Iraque está mostrando que não se consegue estabilidade com as Forças Armadas. Tem que haver uma relação de equilíbrio do ponto de vista formal e econômico", disse ele.
Perguntado se a relação com a Bolívia havia melhorado após o acerto da venda das refinarias, ele disse: "Não é uma questão de melhorar ou piorar, é uma questão de trabalhar os problemas a cada dia."
Gabrielli citou no evento pontos do plano estratégico da Petrobras na área de gás.
A companhia projeta a demanda máxima de gás em 2011 em 121 milhões de metros cúbicos/dia, praticamente o mesmo volume da oferta potencial no Brasil, sendo que a importação da Bolívia se estabilizaria em aproximadamente 30 milhões de metros cúbicos/dia.
Por outro lado, com invsetimentos da Petrobras de aproximadamente R$ 11 bilhões, a oferta de gás natural do Brasil praticamente triplicaria, para até 71 milhões de metros cúbicos/dia.
A oferta de GNL (gás natural liquefeito), hoje praticamente inexistente, cresceria para até 20 milhões de metros cúbicos/dia, considerando a produção nacional e também a importação de Trinidad e Tobago, Argélia, Qatar e Omã.
Segundo ele, o Brasil terá 11 campos novos de produção de gás não-associado a petróleo, o que permitirá uma melhor gestão desta oferta.
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