A partir da semana que vem, o Brasil vai passar a produzir o tenofovir, medicamento usado para combater a aids e todos os tipos de hepatite, que até hoje é importado. O remédio genérico continuará sendo distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a 64 mil pacientes com aids e 1,5 mil de hepatites, que atualmente fazem uso da droga. O medicamento será fabricado no laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed), do governo de Minas Gerais.
Hoje o Brasil importa o tenofovir do laboratório americano Gilead. A última compra do medicamento foi feita no ano passado e o estoque importado vai durar até maio deste ano. O primeiro lote do tenofovir produzido no Brasil estará disponível para os pacientes no final de março.
Segundo o secretário substituto de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Zich Moyses, com a produção nacional, a economia estimada é de R$ 65 milhões por ano. "A princípio, o comprimido do remédio custará R$ 4,02 para o SUS, mas já há um compromisso de reduzir o custo para R$ 3,06. Na última compra do medicamento, o Brasil pagou R$ 180 milhões. Na primeira compra que fizemos do laboratório da Funed, pagamos R$ 116 milhões", disse. Até o fim de 2011, a Fundação Ezequiel Dias vai entregar 36 milhões de comprimidos ao Ministério da Saúde.
Segundo o diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, Dirceu Greco, com o início da produção nacional do tenofovir, 10 dos 20 medicamentos antirretrovirais distribuídos pelo SUS passam a ser produzidos no Brasil. "A partir do momento que o remédio é produzido aqui, todo o que é gasto é investido aqui, gera empregos aqui, e não lá fora. Além disso, a tecnologia trazida para cá facilita que outros medicamentos possam ser produzidos aqui", declarou.
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