O juiz federal Odilon de Oliveira criticou, nesta terça-feira, o modelo atual de gestão do Judiciário e a política paternalista desse Poder com políticos que já estão fora dos cargos, além de atacar a falta de investimentos do governo federal em projetos que inibam a violência e a corrupção.
Odilon também foi duro ao analisar a situação do Brasil diante das demais nações do mundo, no aspecto social e de corrupção. Nesses aspectos, o juiz federal lamentou que o Brasil tenha os índices comparados com os registrados em nações decadentes como o Haiti. "O Brasil se aproxima do Haiti principalmente nos índices de corrupção, País que tem a pontuação máxima nesse aspecto", ressaltou Odilon.
Famoso por perseguir o crime organizado no Estado, onde já condenou traficantes, contrabandistas, acusados de lavagem de dinheiro e grupos especializados em evasão de divisas, Odilon falou, em entrevista à TV Campo Grande (SBT), que o País só poderá experimentar uma mudança radical no aspecto judiciário, principalmente, quando instâncias como o STF (Supremo Tribunal Federal) decidirem condenar, de fato, quem levarem a julgamento.
"O STF nunca condenou ninguém, nunca teve esse perfil. Os processos chegam até o Poder e os envolvidos geralmente não ficam presos", alfinetou Odilon, ao atacar a Corte máxima da Justiça do País.
O juiz, que vive cercado de um forte esquema de segurança, que envolve pelo menos sete agentes federais por turno, carros blindados e coletes a prova de balas, falou que a Justiça tem de acabar com o foro privilegiado para políticos que já deixaram o Poder.
"Os ex não têm de ter esse privilégio. Eles estão fora do Poder e, em função de uma visão distorcida da Justiça, ainda gozam desse benefício. Isso tudo tem de acabar", falou Odilon, que lidera em Campo Grande um movimento que pede o fim da violência.
Odilon foi duro com os políticos corruptos. "Alguns safados políticos entram nas salas de juízes e saem sem algemas. A população nota isso. Essa posição tem de ser invertida", atacou o magistrado, que tem, entre suas conquistas no Estado, o seqüestro dos bens de Fahd Jamil, homem que comandou, por longo tempo, o crime organizado na fronteira do Paraguai com Ponta Porã e que foi condenado por Odilon a 28 anos de reclusão, pelos crimes de tráfico de drogas, contrabando, sonegação fiscal e evasão de divisas.
O juiz, logo após condenar Fahd, conhecido na fronteira por "Fuad" e "Turco", ordenou que sua mansão, uma casa que ocupa um quarteirão em Ponta Porã, fosse utilizada como sede da Polícia Federal naquela cidade.
Conjuntura Online
Participe do nosso canal no WhatsApp
Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.
Participar