Sete índios agredidos durante ataque que resultou na morte do cacique guarani-kaiowá Marcos Veron serão ouvidos como testemunhas hoje pela Justiça Federal de São Paulo.
O julgamento do assassinato ocorrido em 2003 começou nesta segunda-feira. O primeiro ato foi a leitura das peças do processo e o sorteio dos sete jurados. O Tribunal de Júri deve durar de 8 a 15 dias.
Em maio de 2010, o júri popular foi suspenso depois que o procurador Vladimir Aras abandonou a sessão. O Ministério Público Federal pretendia que os indígenas depusessem em sua própria língua: o guarani.
Na ocasião do crime, quatro homens armados ameaçaram, espancaram e atiraram nos líderes indígenas, incluindo Veron, que na época tinha 72 anos. Ele foi levado para o hospital com traumatismo craniano, mas não resistiu aos ferimentos.
Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde respondem por tentativa de homicídio qualificado, por seis vezes, e Carlos Roberto dos Santos, por homicídio consumado (motivo torpe e meio cruel).
Os acusados seriam funcionários da fazenda Brasília do Sul, em Juti (MS) --terra reivindicada pelos guarani-kaiowás.
Eles respondem também por crime de tortura, sequestro e formação de quadrilha. Foragido, o acusado Nivaldo Alves Oliveira teve seu processo desmembrado e suspenso.
O Tribunal de Júri foi transferido de Dourados (MS) para São Paulo por decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região em 2009. A Justiça entendeu que havia suspeita sobre a imparcialidade dos jurados da região.
O crime teve grande repercussão na época. Ao todo, o Ministério Público Federal denunciou 28 pessoas por envolvimento no crime.
Os crimes relacionados aos indígenas são julgados pela Justiça Federal e não pela Justiça Estadual como nos outros casos.
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