Os Estados Unidos voltaram nesta quarta-feira a condenar a violência na Líbia e disseram estar avaliando, juntamente com a ONU, a possibilidade de adotar sanções contra o país por causa da resposta violenta do governo aos protestos contra o regime de Muammar Kadafi.
"Continuamos a trabalhar com a ONU. Várias opções estão sendo consideradas, incluindo sanções", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Segundo ele, o presidente Barack Obama "condena fortemente" a violência e está "preocupado" com a situação na Líbia.
"Ele está extremamente preocupado e assustado com a violência terrível e com o banho de sangue que aconteceu na Líbia, e deixará isso claro", disse Carney.
Obama deve fazer um pronunciamento sobre a situação no país do norte da África ainda nesta quarta-feira ou na próxima quinta-feira.
Será o primeiro pronunciamento oficial do presidente americano sobre a crise na Líbia.
Sanções
Carney disse ainda que a violência dos grupos de milícia leais a Khadafi é "completamente inaceitável" e que cabe ao povo líbio escolher quem será o seu líder.
Em comunicado à imprensa, o porta-voz do Departamento de Estado americano, P.J. Crowley, confirmou que os Estados Unidos consideram impor sanções à Líbia e disse que o país deverá "coordenar esforços com a comunidade internacional".
"Estamos avaliando uma série de ferramentas e opções das quais dispomos para alcançar nossas metas de ver o fim da violência na Líbia e o respeito pelos direitos do povo líbio", disse Crowley.
"Isso certamente inclui considerar sanções que poderiam ser impostas bilateralmente ou multilateralmente", disse Crowley.
Espaço aéreo
Também nesta quarta-feira, a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, disse que seria possível impor a interdição do espaço aéreo da Líbia para proteger os civis de ataques do próprio governo.
"Eu não sei o que está acontecendo, qual é a situação agora. Mas se está havendo ataques aéreos em pessoas comuns, então eu acho que há uma necessidade imediata deste nível de proteção. E me junto às vozes que pedem à comunidade internacional que dê este tipo de cobertura", disse.
A escalada de violência na Líbia desde o início dos protestos pró-democracia e contra o coronel Muamar Kadafi já deixou pelo menos 300 mortos.
Khadafi está tentando manter o controle na capital, Trípoli, e em áreas no oeste da Líbia, à medida que manifestantes consolidam posições no leste e estrangeiros fogem do país.
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