Investidores continuaram ajustando posições no mercado de câmbio nesta quarta-feira, na esteira da realização de lucros nas principais bolsas de valores, e fizeram o dólar ter leve alta pelo segundo dia. A moeda norte-americana subiu 0,36% e foi cotada a R$ 1,951 no fechamento.
Após certo fôlego pela manhã, Wall Street e a Bolsa de Valores de São Paulo passaram a recuar. Nos Estados Unidos, o peso veio do setor de tecnologia e de comentários do ex-chairman do Federal Reserve Alan Greenspan de que teme uma "contração drástica" das ações chinesas após o recente rali.
"Não teve nenhuma notícia específica aqui que chamasse atenção. As bolsas viraram e o câmbio acompanhou como um pretexto para realização", avaliou o gerente de câmbio de um banco estrangeiro, que não quis ser identificado.
Ele destacou que muitos bancos mantinham fortes posições vendidas - apostando na baixa do dólar - e aproveitaram para reduzir parte dessas apostas.
Mas o gerente lembrou que a tendência ainda é de queda do dólar, "em função de fluxo de entrada, cenário positivo, bons fundamentos e os upgrades (de rating) do Brasil".
O risco-País atingiu nova mínima histórica nesta sessão, a 135 pontos-básicos sobre os Treasuries, como um sinal de confiança do investidor externo no País.
Perto do fechamento, o Banco Central fez um leilão de compra de dólares no mercado à vista e aceitou cerca de 7 propostas, segundo operadores.
De acordo com José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação, a atuação do BC também foi um pretexto para o dólar subir, especialmente na segunda etapa dos negócios. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 1,954.
"O pessoal puxou para vender para o BC mais caro, mas ele não comprou muito. Tanto que depois (do leilão), o dólar voltou um pouco", afirmou o gerente.
Há quase uma semana, a autoridade monetária não realiza leilão de swap cambial reverso e nos últimos leilões de compra no mercado à vista tem aceitado, em média, menos de 10 propostas.
Invertia
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