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Conseleite pode alavancar o setor leiteiro em MS

11 Fev 2011 - 16h52Por

Produtores rurais, indústrias do setor leiteiro e autoridades participaram hoje (11) de manhã, no auditório da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo de Mato Grosso do Sul (Seprotur), do lançamento do Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite em Mato Grosso do Sul (Conseleite). A solenidade deu início a um importante trabalho de equalização da qualidade e do preço do produto, e propõe diminuir o conflito entre produtores e indústria.

 

O coordenador do Conseleite, Edgar Pereira, abriu a solenidade afirmando que esse é o começo do fim da estagnação do setor no Estado. “De 1996 a 2008 conseguimos um crescimento de apenas 22% enquanto o restante do Brasil alcançou a marca de 124%. Esse programa tem tudo para alavancar a produção do Mato Grosso do Sul”. Pereira também destacou a importância do Conseleite para o fim do sentimento de injustiça que tanto desanimava o produtor.

 

A metodologia do Conseleite visa, em especial, à organização da cadeia produtiva e principalmente a valorização do produto. Com a implantação do Conselho é possível traçar um valor de referência do produto que pretende representar um valor justo para a remuneração da matéria-prima leite, tanto para os produtores rurais quanto para as indústrias, levando em consideração o volume e a qualidade dessa matéria-prima.

 

Mensalmente, por meio de resoluções, o conselho divulga os preços de referência finais para o leite entregue no mês anterior e os preços projetados para o leite a ser entregue no mês em curso. O preço, no entanto, é apenas de referência, não é um preço mínimo, nem máximo e não é obrigatório. É uma referência para a livre negociação entre as partes. Cada indústria tem seu próprio mix de produtos o qual influencia a sua capacidade individual de pagamento.

 

Os preços de referencia do Conseleite são feitos com base em estudo realizado pela Câmara Técnica, a partir de sete sistemas referenciais de produção de leite no Estado de Mato Grosso do Sul. A metodologia de cálculo do custo de produção do leite, que também será publicada pelo Conseleite-MS, considerou a remuneração aos fatores de produção utilizados nas propriedades rurais (custos fixos e variáveis) da mesma forma que a realizada no cálculo dos custos industriais. Os resultados dos custos agrícola e industrial são atualizados e revisados, sempre que necessário, por deliberação do Conselho.

 

Os custos de fabricação e comercialização dos derivados foram calculados com base em levantamento censitário realizado pela instituição de pesquisa conveniada junto a todas as empresas participantes, que foi submetido à avaliação e aprovação da Câmara Técnica (Camatec) e do Conselho.  Os custos de fabricação e comercialização foram determinados para 11 derivados lácteos após ponderação, pelo volume produzido e comercializado, dos diversos tipos de embalagens. O levantamento dos dados considerou um período de 12 meses e foi o mesmo do custo agrícola. A atualização e revisão destes custos também são deliberadas pelo Conselho.

 

A presidente do sindicato setorial - Silems -, Milene Nantes, acredita que isso vai dar mais transparência ao mercado lácteo. “A nossa expectativa é conseguir diminuir o conflito entre produtores e indústria”.

 

Também presente ao lançamento, o Senador Waldemir Moka, parabenizou a todos que chegaram a esse resultado que, em sua avaliação,  possibilita “ver que é possível uma política onde todos ganham e ficam satisfeitos”.

 

A secretária Tereza Cristina afirmou que “hoje é um dia de vitória”. Para ela agora vai ser possível pagar o preço justo pelo custo da produção. “O produtor vai poder entrar no site da Famasul e do Silems e verificar o valor correto. Isso vai fortalecer muito o setor leiteiro do Mato Grosso do Sul.

 

O Conseleite é composto por representantes dos produtores rurais e dos laticínios, sendo os membros indicados pela Federação da Agricultura do Mato Grosso do Sul (Famasul) e pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado (Silems). Também fazem parte deste projeto a Universidade Estadual - Unidade de Aquidauana (UEMS) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

 

Estiveram presentes a solenidade a secretária da Seprotur Tereza Cristina Correa da Costa Dias, o senador Waldemir Moka, o Coordenador do Conseleite, Edgar Rodrigues Pereira, a presidente do Sindicato da Indústrias de laticínio (Silems), Milene Nantes, o Presidente da Famasul, Eduardo Riedel,entre outros.

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