Terminou na noite desta quinta-feira, depois de 56 horas, o seqüestro de uma família em Campinas (SP). A polícia invadiu a casa e libertou os dois últimos reféns: Mara Souza e o filho Thiago, 7 anos. O suspeito, Gleison Flávio de Salles, 23 anos, chegou a disparar um tiro contra a porta, mas foi rendido em seguida. Ninguém ficou ferido. Segundo o comandante do 3º Batalhão da Polícia de Choque de São Paulo, Flávio Jari Depiere, o seqüestro teve o maior tempo de negociação da história do Estado.
No início da noite, havia sido libertado outro filho de Mara: Vítor, 10 anos. Segundo o coronel Eliziário Ferreira Barbosa, ele disse que o seqüestrador era "bonzinho". Vítor contou que recebeu bolachas e refrigerantes do suspeito. Toda a família foi encaminhada para o Hospital Municipal Mário Gatti. Gleison foi examinado e levado para a delegacia.
A polícia identificou o seqüestrador apenas nesta quinta-feira. Segundo o major Luciano Casagrande, que negociou a libertação dos reféns, o suspeito é natural do Recife e estava foragido da penitenciária de Hortolândia, na região de Campinas. Ele é acusado de um assassinato e três tentativas de homicídio.
Salles, suspeito de tentar assaltar uma galeria de lojas, invadiu a residência armado, na terça-feira, depois de tentar fugir da polícia, e fez reféns a mulher e três crianças. No mesmo dia, às 16h, um dos filhos de Mara foi libertado em troca de um colete à prova de balas. À noite, a polícia cortou a energia elétrica da casa, para tentar forçar uma rendição, mas a alimentação foi mantida.
Durante a quarta-feira e ao longo do dia de hoje, Salles fez diversas exigências para a polícia, mas sempre desistia das negociações no último minuto. Ele pediu um carro para a fuga, uma arma, colete à prova de balas, cigarros, água, um telefone celular para falar com a mãe e até extintores de incêndio. A polícia suspeita que ele pretendia criar uma cortina de fumaça para a fuga.
Hoje pela manhã, o padre Nelson Ferreira, da Pastoral Carcerária de Campinas, havia se disponibilizado para entrar na casa em troca da libertação de uma das crianças. À tarde, o padre Luís Roberto Teixeira também se ofereceu para ser trocado por um dos reféns.
As negociações foram retomadas no início da tarde de hoje com a ajuda de uma mulher que, segundo a polícia, é uma pessoa muito próxima ao suspeito e que teria laços afetivos com ele. Ela entrou na casa e permaneceu lá durante horas conversando com Salles. De acordo com a polícia, ela foi fundamental para o fim do seqüestro.
Terra Redação
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