O governo de Evo Morales acertou com a Petrobras assinar em no máximo um mês o contrato de transferência das duas refinarias da estatal brasileira compradas pelo Estado boliviano, informou hoje o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas.
O acordo para que Bolívia concretize a aquisição das duas unidades de refino que Morales nacionalizou no ano passado foi alcançado ontem, quando ficou decidido que a Petrobras receberá US$ 112 milhões.
Villegas disse que as equipes jurídicas do governo boliviano e da Petrobras começarão a trabalhar imediatamente na redação do contrato, mas advertiu que os trâmites poderão se estender por até um mês.
"O primeiro acordo que temos com a Petrobras é o do prazo de um mês para o contrato", disse Villegas em entrevista coletiva, na qual destacou que o governo prefere não se precipitar na assinatura do documento, já que precisa rever com cautela os detalhes e as condições combinadas.
"Alguém disse que nos detalhes mora o diabo. Preferimos ir com calma", declarou o ministro de Hidrocarbonetos.
Na assinatura do contrato, a Bolívia pagará 50% do preço de compra acertado. O restante será pago dois meses depois, com recursos que, de forma "transitória", sairão dos cofres da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
Para efetuar o pagamento, a YPFB usará o dinheiro arrecadado com a cobrança do tributo especial de 32% imposto à própria Petrobras, à hispano-argentina Repsol YPF e à franco-belga TotalFinaElf pelo decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos.
Esses impostos já geraram uma receita de US$ 250 milhões à estatal boliviana. Mas este valor chegará a US$ 336 milhões até agosto.
No entanto, segundo Villegas, o dinheiro gasto pela YPFB na compra das refinarias será reposto com os recursos da venda da gasolina e do petróleo reconstituído produzidos nas duas unidades, as quais geram uma receita de US$ 70 milhões ao ano.
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