O PECADO DE NÃO ENSINAR PENSAR
*Antonio Néres
O processo de aprendizado é o grande desafio da educação. Significa existência de estímulos, desejo de saber. Sem o estímulo, temos o conhecimento petrificado. Será um saber sem gosto, sem sabor. O saber verdadeiro provoca fascínio, agita a inteligência, mexe com as idéias, cria, inova, desbrava. A cabeça põe-se a pensar, num processo de encantamento. Aprendizado que não exige pensar é enfadonho, insosso, mecânico, alienante. Tudo é igual. O conhecimento chega envelhecido. Provoca descompasso entre a realidade e a educação. Os diplomas perdem a vida. Nutrimos no aprendizado eficiente um sentimento de conquista e afirmação.
Entre 4 e 5/8 passados, num evento de excelente nível, professores, estudantes, advogados, empresários de várias atividades e funcionários, um grupo de mais de 100 pessoas, estiveram reunidos no SESI, para uma palestra com o renomado professor Renato Alves, onde foi colocado entre outros temas relacionados ao cérebro, a melhor utilização dos mecanismo que dispomos e sobretudo como utilizar melhor a nossa mente.
Por organização, competência do palestrante, trabalhos de grupo, eficiência da estrutura, convivência fraterna entre os participantes, arejamento dos debates, solidariedade, estrutura adequada do auditório do Sesi, por tudo, o evento foi um sucesso. Foi mais um testemunho de capacidade, ação de vanguarda, abordando as múltiplas funções do cérebro, onde as abordagens foram marcadas pela simplicidade e eficiência do preletor, colocando de maneira clara aspectos da maior relevância sobre o nosso cérebro que pesa em média 1,5 quilo e conta com aproximadamente 100 bilhões de células nervosas em movimento, sendo que cada uma entra em circuito com milhares através de mais de 100 trilhões de conexões. A trama é complexa, precisa e delicada. Graça a ela, o homem pensa, raciocina, lembra e enxerga.
O curso foi por demais interessante, mas, fiquei mais impressionado com a parte em que foi colocada a importância do ensinamento correto, que se deveria colocar nas escolas, dando ênfase a ensinar o aluno a pensar mais. O curso reforçou um dos meus pontos de vista, sobre um erro que se comete, na metodologia aplicada ao ensino no Brasil.Vivemos o naufrágio curricular, sob o peso dos conhecimentos.
Não há aprendizado nem tempo. Decora-se. Acumulam-se inutilidades memorizadas, leis, teorias, princípios científicos. Decora-se tudo, sem preocupação com o significado. Falam-se de fatos e teorias, conhecimentos impróprios para o entendimento do mundo. Cultura de laudêmios, anticreses e enfiteuses, negando que educação é ensinar a ver e a pensar. Essas questões foram colocadas de maneira clara para a nossa Reflexão. Conhecimento é obra de reconstrução permanente. As necessidades sociais cobram. Conhecer não é copiar. Aprender é saber pensar. Fazer história. As escolas e as universidades não podem ser mercado de mapas antigos, mas bússola. O cidadão integral não será obra da lógica linear neste mundo do conhecimento complexo, mas da criação, da construção pessoal, da originalidade sem susto, da visão transformadora. Professor é um libertador, não carcereiro.
*O Autor é radialista e jornalista
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