Levantamento feito pela Folha Online aponta que questões classificadas como "visuais" (que incluem fotografia e pintura) tiveram um índice de acerto maior comparada às demais, classificadas como "imprensa" (artigos e charges, por exemplo), "instrucional" (conta de luz e regulamento), "literário" (contos, poemas e letra de canção), "publicitário" (cartaz e propaganda) e "epistolar" (carta de reclamação). Estas são relacionadas, em maior ou menor grau, à compreensão de textos.
O levantamento considerou as questões que tiveram 60% ou mais de acerto nos três períodos. A Secretaria de Estado da Educação divulgou os dados divididos em turnos. Não há, por exemplo, o rendimento geral dos alunos da 3ª série do ensino médio. O que foi informado foram os resultados dos estudantes da manhã, tarde e noite, separadamente. De acordo com o governo estadual, a união em uma só porcentagem poderia distorcer os resultados.
Os 60% foram estabelecidos após consultas a especialistas em estatísticas educacionais --se uma pergunta tem no mínimo esse nível de acerto, mostra que foi um conteúdo compreendido pelos alunos.
As questões ligadas a habilidades visuais foram as que mais chegaram, percentualmente, ao patamar estabelecido nos dois extremos do ensino médio. Na 1ª série, em quatro das sete questões (66,6% do total) houve índice de acerto superior aos 60%.
Já na 3ª série, duas das seis perguntas (33,3%) relacionadas à habilidade visual chegaram ao mesmo patamar. Na 2ª série, esse quesito ficou atrás de "publicidade" e "instrucional", perto de "imprensa" e à frente de "epistolar" e "literário".
A coordenadora de estudos e normas pedagógicas da Secretaria da Educação, Sônia Maria Silva, afirma que o resultado já era esperado. Segundo ela, os estudantes têm mais facilidade com a parte visual porque, atualmente, há um apelo maior para as imagens. "O aluno já acorda bombardeado por imagens de TV, fotografia de jornal e propaganda. Por outro lado, a população lê cada vez menos."
Na mesma linha segue o educador Cesar Callegari, presidente da Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação). Para ele, "na sociedade contemporânea os alunos são muito estimulados visualmente", o que explicaria o resultado. Ele afirmou que não poderia fazer comentários específicos sobre o Saresp, por não tê-lo analisado.
O Saresp, feito pela Fundação Carlos Chagas, custou R$ 9,9 milhões e foi realizado por 4.274.404 alunos (89,4% do total) de todas as séries do ensino básico do Estado.
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