As autoridades iraquianas detiveram nesta sexta-feira (13) três pessoas relacionadas com o atentado de quinta-feira contra o Parlamento iraquiano e revisaram para baixo o número de mortos no ataque: uma pessoa morreu, e não oito, como havia sido divulgado anteriormente.
"Ontem (quinta-feira) falamos de oito mortos. Eram fontes múltiplas. O que dizemos agora é que só podemos confirmar uma morte", afirma o tenente-coronel Christopher Garver em um comunicado oficial.
No entanto, fontes dos serviços de segurança iraquianos fincaram o pé no balanço divulgado na quinta-feira, de três mortos: um deputado e dois corpos não identificados.
Hassan al-Saniyed, membro da xiita Aliança Unida Iraquiana (AUI), disse que três funcionários da cafeteria onde o atentado suicida ocorreu estavam sendo investigados por seu possível vínculo com o ataque.
A única morte confirmada depois de uma correção nos números oficiais é a do deputado sunita Muhamed Awad, membro do partido Diálogo Nacional, um partido sunita que tem 11 deputados dos 275 do parlamento.
Um grupo ligado à al-Qaeda assumiu na sexta-feira (13)ter realizado o ataque suicida. "Um dos heróis da brigada de mártires conseguiu infiltrar-se no meio dos apóstatas do chamado Parlamento (...) e Deus destruiu através dele os infiéis e apóstatas", disse o auto-intitulado Estado Islâmico no Iraque em comunicado divulgado em um site usado por islâmicos.
O Parlamento iraquiano iniciou nesta sexta-feira uma sessão extraordinária convocada como um "desafio ao terrorismo”, um dia depois do atentado suicida realizado na extremamente protegida Zona Verde de Bagdá.
Poucos deputados compareceram à sessão, que começou por volta do meio-dia local (5h de Brasília) com a leitura de versículos do Alcorão. Em seguida, o presidente do Parlamento, Mahmud Machhadani, fez um discurso.
Um suicida detonou sua carga explosiva no café do Parlamento e matou uma pessoa. Veja no vídeo ao lado o momento exato da explosão.
"De repente ouvimos uma grande explosão dentro do restaurante. Eu vi os parlamentares feridos e sangrando", contou Fouad al-Massoum, líder do bloco curdo.
Segundo Massoum, membros das forças de segurança, temendo uma outra explosão, ordenaram a desocupação do prédio. Mas ninguém pôde deixar o local, permitindo assim que fossem interrogados.
"Um suicida com um cinturão explosivo detonou a carga no refeitório, na hora do almoço", disse uma fonte dos serviços de segurança iraquianos.
O local fica no primeiro andar do Centro de Convenções, nome do grande complexo que abriga a sede do legislativo desde que os Estados Unidos invadiram o Iraque em 2003. Neste andar também fica a Câmara onde os 275 parlamentares iraquianos realizam as principais sessões.
Uma fonte militar americana disse não ter ainda informações sobre a origem da explosão, que provocou importantes danos materiais.
As linhas telefônicas dentro e nas proximidades da Zona Verde não funcionavam depois da explosão.
As autoridades vão investigar como os explosivos entraram na Zona Verde, área cercado por postos de segurança dos EUA e do Iraque e que abriga a Embaixada dos EUA, o parlamento iraquiano e escritórios do governo.
A chamada Zona Verde é o setor superprotegido de Bagdá que abriga as instituições iraquianas e a embaixada dos Estados Unidos.
Recentemente, um ataque de morteiros interrompeu o discurso do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, que falavam justamente sobre a segurança no Iraque.
O atentado não deixou feridos, mas as imagens do secretário-geral da ONU se encolhendo ao ouvir a forte explosão foram divulgadas em todo o mundo e serviram para ilustrar as enormes dificuldades que os americanos estão enfrentando no país árabe.
Em agosto de 2003, o enviado especial da ONU ao Iraque, o brasileiro Sergio Viera de Melo, foi assassinado junto a cerca de outras vinte pessoas em um ataque em Bagdá.
Terra
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