Os celulares tops de linha atuais têm leitor de digitais, tela que mede pressão dos dedos, câmeras com mais de 10 megapixels e sistemas operacionais inteligentes. Mas nem sempre foi assim e os mais velhos sabem disso. Nos já remotos anos 90, um display que mostrava o número de quem ligava, como o do Motorola PT-550, era algo fantástico.
Os antigos “tijolões” não tinham muitos recursos, mas fascinavam com suas funcionalidades até então inovadoras e jogos viciantes, como o Nokia 5120 e o jogo da cobrinha. Confira abaixo uma seleção com dez aparelhos que eram de última geração quando você era criança e se lembre de como eram os celulares antes da transformação em smartphones.
1. Motorola PT-550 (1990)
Quem nasceu na década de 80 provavelmente vai se lembrar do Motorola PT-550. O primeiro celular vendido no Brasil chegou por aqui em 1990 e logo ganhou o apelido de “tijolão”, graças aos seus 348 g e 22,8 cm de altura. Também conhecido como MicroTAC 550, ele vinha com o até então inovador flip para proteger as teclas e estava disponível nas cores cinza claro e cinza escuro.
Câmera? Armazenamento? Esqueça tudo isso. Ele só tinha identificador de chamada e agenda telefônica. A bateria também não apresentava um desempenho muito impressionante: 2 horas de conversação e 15 horas em stand-by.
Apesar das especificações que agora parecem irrisórias, na época a tecnologia custava caro. O Motorola PT-550 era vendido a cerca de US$ 3 mil lá fora, uma pequena fortuna pela qual só podia pagar quem era rico (ou quase isso).
2. Motorola DPC650 (1995)
Cinco anos mais tarde a Motorola lançaria o DPC650, outro integrante da família MicroTAC. Muito mais leve que o irmão mais velho, ele pesava 221 g – nada demais considerando os 192 g do iPhone 6S Plus, por exemplo.
Sua bateria de níquel metal hidreto tinha autonomia um pouco melhor, aguentando as mesmas 2 horas de conversação, mas 36 horas em espera. O design também era do tipo flip, que dividia a frente do aparelho com o display monocromático e as 22 teclas.
O manual do usuário destacava como “características excepcionais” o suporte multilíngue, os nove toques de campainha selecionáveis, o contador de tempo de ligação e a possibilidade de definir chamadas prioritárias. A agenda tinha espaço para 20 contatos.
3. Motorola StarTAC (1996)
Lançado em 1996, o Motorola StarTAC é considerado por muitos o primeiro celular a se preocupar com o design. Ele inaugurou o estilo clamshell (também conhecido como concha) e pesava apenas 88 g, o que o tornava o aparelho mais portátil da época.
Mas seu pioneirismo não parou por aí. O telefone também foi o primeiro a ter modo vibração, até então usado apenas nos pagers. Outra característica marcante era a capacidade de plugar uma segunda bateria, dobrando o tempo de conversação.
Seus recursos incluíam envio e recebimento de SMS, funcionalidade incomum nos celulares de então – e que mesmo no StarTAC só foi adicionada nos modelos digitais, lançados mais tarde. Somando todos as versões, cerca de 60 milhões de unidades do aparelho foram vendidas.
4. Nokia 5120 (1998)
O Nokia 5120 era um telefone que operava com a extinta tecnologia TDMA. Ele é lembrado principalmente por ser um dos primeiros a vir com o “Snake”, conhecido no Brasil como “o jogo da cobrinha”. O game só era possível graças a uma outra novidade para 1998, o ano de seu lançamento: uma tela “grande” de 5 linhas e 84 x 48 pixels de resolução.
O corpo com design em barra media 48 x 132 x 31 mm e pesava 170 g. Nada apelativo ou muito diferente para a época, não fosse pelo fato de o modelo ser o primeiro com carcaças frontal e traseira com diferentes cores e intercambiáveis. A antena fixa completava o visual do aparelho.
O celular conseguia enviar SMS (até 160 caracteres), guardava até 100 números na agenda, tinha chamada em espera, alarme, calculadora e uma impressionante lista de chamadas perdidas/recebidas/realizadas. A bateria de NiMh tinha capacidade de 900 mAh, suportando até 3 horas e 15 minutos de conversa e até 200 horas em espera.
5. Nokia 3310 (2000)
Foi com o Nokia 3310, porém, que o jogo da cobrinha se tornou uma febre. O lançamento de 2000 até vinha com três outros jogos – Pairs II, Space Impact e Bantumi -, mas nenhum deles alcançou a popularidade do Snake.
Mas não foi só por causa do game que o modelo da fabricante finlandesa vendeu cerca de 126 milhões de unidades. O Nokia 3310 tinha outros recursos diferenciais, como a previsão de texto T9 e a capacidade de baixar toques (monofônicos). Ele também tinha conversor de moeda, calculadora e cronômetro, além de enviar SMS.
Já com tecnologia GSM, o telefone ostentava uma tela de 84 x 48 pixels, pela qual era possível visualizar proteção de tela e papel de parede. Havia duas baterias: uma removível, de níquel metal hidreto, de 900 mAh e outra interna de íon-lítio, de 1.000 mAh. Ambas tinham autonomia de 2 horas e 30 minutos a 4 horas e 30 minutos de conversação.
O corpo muito resistente também rendeu fama ao Nokia 3310. Pesando 133 g, o aparelho possuía diversas opções de capas frontal e traseiras coloridas, que podiam ser montadas de acordo com o gosto do usuário.
6. Siemens A40 (2001)
Quem não se lembra do celular da Xuxa? Foi assim que o Siemens A40 ficou conhecido por aqui, graças a uma versão especial comercializada pela Oi que vinha com cores e desenhos voltados para crianças e adolescentes, além da assinatura da apresentadora de TV. O “Oi Xuxa” tinha serviços de SMS de piadas e horóscopo, ringtone da música “Ilariê” e mensagem de voz gravada pela apresentadora, mas não apresentava nenhuma alteração no hardware.
Em termos de funcionalidade, o A40 não se destacava particularmente. O modelo era um GSM dual-band que não contava com jogos ou despertador. Havia registro de chamadas – 10 posições para discadas e cinco perdidas, mas nenhuma para recebidas – e caixa postal. Apesar dos poucos recursos, o tamanho compacto (118 x 46 x 27 mm), leveza (122 g) e preço acessível tornaram-no um sucesso de vendas no Brasil.
7. Nokia 1100 (2003)
O inconfundível teclado de silicone do Nokia 1100 marcou uma geração. Ele dividia espaço com um ecrã monocromático de 96 x 65 pixels, além da saída de áudio. O 1100 foi lançado em 2003 e, assim como os demais modelos da Nokia, já vinha com o clássico Snake.
A possibilidade de mudar as capas traseira e frontal também estava presente neste aparelho, que pesava apenas 86 g e tinha 106 x 46 x 20 mm de dimensões. Nada de câmera ainda; o avanço tecnológico mais significativo estava no material da bateria, já fabricada com íon-lítio (850 mAh).
8. Motorola RAZR V3 (2004)
Foi em 2004 que a Motorola lançava o icônico RAZR V3, logo alçado ao posto "sonho de consumo". O sucesso do aparelho foi motivado em grande parte pelo seu design. Fino, com duas telas coloridas e um teclado prateado imitando aço escovado, o telefone fashion passou das 130 milhões de vendas e deu origem à linha Razr.
Os displays chamavam atenção também pelo tamanho e resolução. O principal tinha 2,2 polegadas e 176 x 220 pixels, enquanto o visor frontal era de 96 x 80 pixels. Como o visual era seu principal apelo, o V3 ganhou rapidamente duas versões rosa, uma mais clara e outra “pink”, em adição aos modelos prata e preto.
Mas não só de aparência viveu o V3. Ele trazia conexão com Internet via WAP, permitindo enviar e-mails, além de SMS e MMS. A presença de uma câmera VGA (640 x 480 pixels) também abriu novas possibilidades aos usuários, que podiam inserir fotos dos contatos na agenda para identificar melhor as ligações.
Outras características até então raras eram as conectividades Bluetooth e mini USB. Fora isso, ele reproduzia MP3 e MP4, tinha compositor de toques, permitia baixar sons polifônicos e dispunha de 5,5 MB de armazenamento.
9. Sony Ericsson K750 (2005)
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Um ano depois a Sony Ericsson lançou o K750, outro celular com formato barra que fez a cabeça dos brasileiros. A tela TFT de 1,8 polegadas tinha 176 x 220 pixels de resolução, dividindo espaço com o teclado físico nos seus 10 cm de altura por 4,6 cm de largura.
Seu grande atrativo era a “poderosa” câmera de 2 megapixels com flash LED e focagem automática, que ainda fazia captura de vídeo. Outra novidade presente no Sony Ericsson K750 era a entrada para cartão Memory Stick Duo Pro, que podia estender os originais 38 MB de espaço interno para até 2 GB.
Ele vinha ainda com navegador WAP 2.0, Bluetooth, infravermelho, rádio FM e permitia fazer download de jogos e músicas. A bateria já era de íon-polímero, com capacidade de 900 mAh, que permitia até 9 horas de conversação.
10. Sony Ericsson W200 (2007)
O Sony Ericsson W200 apostou na vocação para o áudio e foi considerado um celular-walkman. Com 27 MB de espaço interno mais 2 GB no cartão de memória, o telefone foi anunciado como uma alternativa ao MP3 player, contando com um botão dedicado que levava o usuário direto para o menu musical. É claro que ele tinha rádio FM, e permitia inclusive definir as 20 estações favoritas.
As demais especificações incluíam tela de 1,8 polegadas com resolução de 128 x 160 pixels, câmera VGA, navegador WAP 2.0, gravador de voz e editor de fotos. Curiosamente, o Sony Ericsson W200 não apresentava Bluetooth, fazendo com que o compartilhamento de músicas tivesse que ser feito via cartão de memória ou infravermelho.
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